segunda-feira, 25 de maio de 2009

A MÍDIA E O METAL - A IDIOTIZAÇÃO DO GÊNERO QUE AMAMOS...

É lamentável ver como os admiradores de rock pesado são retratados pela mídia e pelas emissoras de TV em nosso país. Vamos pegar as novelas, por exemplo. Note que todo “rockeiro” em alguma telenovela sempre aparece de dois jeitos: ora metido a valentão, ora burro pra caralho! Não sei o que é pior, o primeiro que incita a falsa característica de um headbanger, ou o segundo que implicitamente diz que nós, amantes do bom e velho rock n´roll, não temos ideologia e pensamento.

Repare que, em novelas, o rockeiro sempre se veste de preto (até aí sem problema, né?) e sempre está de mal humor (característica esta, presente também em comerciais). A cara amarrada dos personagens, os braços nus, vestidos com coletes negros e tatuagens desconexas fazem refutar a minha idéia.

Uma vez me indaguei se isso também aconteceria na Europa, por exemplo, onde o cenário metal é muito mais evidente e forte. E qual não foi minha surpresa ao saber que não. Lá, existe um certo respeito pelo heavy metal. Pelo menos no século XXI. Outrora, o rock fora tratado como incitador do capeta e responsável por mortes de jovens suicidas. E nos EUA a coisa também não era diferente, Quem não se lembra do vocalista da banda Twisted Sister, Dee Snider e seu pronunciamento diante da corte americana, para defender o conteúdo de suas músicas e suas ideologias?

Lembro-me de um fato revoltante que se formou pelos meios “metaleiros” em dezembro de 2004 quando o guitarrista Dimebag Darrell morreu, vítima de um fã louco e inconseqüente. Vozes vociferosas da grande mídia (e da pequena também) se manifestaram contra o heavy metal, acusando-o de assassino, satânico e suicida. O repugnante discurso de ódio ao rock comentado pelo “intelectualoide” Arnaldo Jabor, comentarista da Rede Globo de Televisão, fez ecoar uma revolta às mentes dos headbangers de todo país. E não era para menos, em seu discurso, o cineasta classificou o nosso tão amando estilo de música como proliferador do barulho e do ódio, cujo obejtivo principal é a porrada. Coisa feia, hein, Senhor Jabor!

Entendo, entretanto, que o nosso país não é o país do rock. E nunca será. Entendo, também, que estereótipos como esse não podem ser levantados. Nem esse, nem qualquer outro que faça alusão a qualquer “tribo” ou “tipo” de pessoas. Num mundo tão cheio de falsidade e excesso de hipocrisia, levantar estereótipos é elencar característica que nem sempre condizem com a verdade, que podem, infelizmente, servir de parâmetros para as mentes menos preparadas e ingênuas. E é daí que surge o preconceito. E eu acho que não preciso dizer o que vem depois, né?

Porque sempre somos retratados como um seqüelado, sem neurônios, metido a valentão e sujo? Se existem pessoas assim, existem em todos os lugares, em quaisquer tribos. O que precisamos, urgente, são de valores e opiniões que sejam baseadas em evidências, feita por pessoas competentes e não por meros entusiastas.

Vamos esperar, quem sabe, o mundo proposto por Frank Zappa:

“O que mais existem são canções de amor. Se músicas nos levassem a fazer alguma coisa, todos nos amaríamos uns aos outros”

Obs.: Deixo abaixo o artigo narrado de Arnando Jabor, do dia 08 de dezembro de 2004. Artigo este proclamado no mesmo dia da morte de Dimebag, no Jornal Nacional. Será que ele se pronunciará sobre a morte de 4 inocentes no rodeio de Jaguariúna desse ano? Fico imaginando como reagiria a mídia se essas mortes tivessem acontecidos num show de rock.

Obs 2.: Deixo também uma sátira muito boa, criado por Maurício Ricardo, criador do site Charges.com, eterno defensor do rock, depois do pronunciamento de Jabor. Leiam, assistam, e tirem suas próprias conclusões.

“O rock começou como canto à alegria e à liberdade, música de esperança numa era de utopias e flores. Aos poucos, a ilusão foi passando. Em 68, a esperança jovem foi sendo detida pela reação da caretice mundial. Os ídolos começaram a morrer: Janis Joplin, Jimmy Hendrix sumiram juntos.

Na década de 70, o que era novo e belo se transforma nos embalos de sábado à noite e começa o tempo da brilhantina. Junto com a caretice dos Beegees, o que era liberdade cai na violência. Em Altamont, no show dos Stones, a morte aparece. Charles Manson é o hippie assassino e o heavy metal o punk vão glorificar o barulho e o ódio.

Com a repressão de mercado mais sólida e invencível, a falsa violência comercial, sem meta, nem ideologia, fica mais louca e ridícula. Os shows de rock viram missas negras que lembram comícios fascistas. É musica péssima, sem rumo e sem ideal. A revolta se dissolve e só fica o ódio e o ritual vazio. Hoje, chegamos a isso, a essas mortes gratuitas. A cultura e a arte foram embora e só ficou a porrada”


http://charges.uol.com.br/2004/12/13/televisao-too-old-to-rock-and-roll


 

2 comentários:

  1. nossa kara esse arnando jabor é o kara mais idiota que eu ja vi
    eu tbm soh quero ver oq ele ira flar sobre as mortes nos rodeios
    e tbm soh quero ver oq ele vai flar sobre muitos rapers q insentivam o uso de drogas, ao roubo, muitos insentivam ate à violencia.

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  2. Por que o Maurício Ricardo tirou a charge do Jabor em relação a morte de Dimebag Barrel? Interesses escusos, tomar que não!

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